Vamos conversar?

Vamos conversar?

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Tantas voltas o mundo dá!

Ahhhhhhhhh... Como você mesma diz...delicinhaaaaa!!!
Li TODOS!!!! Todinhos!!!!
Que pessoa cheia de vida, alegria contagiante, vibrante!
Fer... Minha história da parada tá contada no meu blog.
O CLICS. clicandoeconversando.blogspot.com
Tá parado desde agosto do ano passado porque o meu ombro detonou, fiquei quatro meses afastada do trabalho pra tratar e parei de escrever. Sempre penso nestas horas, quando Deus me manda parar, que Ele quer me mostrar alguma coisa... E que eu, elétrica que sou, não paro pra ver, ouvir, sentir, entender seu plano pra mim. Neste tempo parada, entrei no patchwork... Cultivei plantinhas na sacada do meu ap, ganhei un cachorrinho fofo, resgatei o gosto por cozinhar e diga-se de passagem, muuuuuuito beeeeeem...., cuidei com esmero da casa que vivia largada quando eu só corria, bebia e comia e respirava corrida corrida corrida.... E percebi que todo corredor só sabe falar de uma coisa: corrida! Não tem outro assunto, outro interesse, outra paixão. Enxerguei que somos extremamente chatos no meio de quem não corre, não curte, simplesmente encontra prazer em coisas que nós, provavelmente, deixamos de lado pela corrida. Resgatei a dança, o remo, outras tribos de amigos. Vi as outras cores que tinha deixado de ver na minha aquarela da vida. Loooooooooooógico que era tudo pra preencher aqueeeeeeeleee vazio da corridayt! Vazio que, convenhamos, é só dela. Tipo o tal do primeiro amor? Que passamos muitos anos querendo substituir, quando na verd@cfade, descobrimos depois, ou admitimos, que nada preenche o seu lugar. Porque ele nunca deixa de estar com a gente! Não substituímos amores. Adicionamos. O coração tem que ser grande o suficiente para acomodar todos, todinhos ali dentro. E tal qual o amor, as paixões não são substituídas. Somam-se!
Admiti! O lugarzinho no meu coração e na minha vida para a corrida era só dela de mais ninguém de nada mais! Foi aí que, creio, me curei.
Admitir que as outras paixões tinham de brilhar na minha vida pelo seu brilho próprio, não tentando ser o que não eram, me destrancou a passagem, a porta, a ponte. Enfim! Me abriu o caminho pra curtir e muuuuuuito, cada uma das outras coisas que passei a fazer.
No meio do ano passado, então, de ombro mega doendo, eu chorava de dor todos os dias, ganhei mais um médico na minha longa lista de profissionais que cuidaram de mim entre fisios e ortopedistas. Tomava medicações muito fortes pra dor. Muito mesmo. Uma delas me deixava zureta. Creio que parecido com droga da "marvada"... Falando com ele, tomei uma bronca daquelas ele me afirmou: "Você não precisa de remédio! Seu remédio é endorfina!" Ele não me acompanha mais. Mas mudou a minha postura com aquela dor que não passava, me paralisava, muito mais que o ombro,o corpo, a alma, vida! Ele sabe que voltei a correr. Mas não sabe o quanto. Não imagina que foi um tratamento de choque, porque naquela época, há poucos meses atrás, eu estava entregando os pontos, me entregando pra dor, definhando em corpo e alma. Recolhia meu braço como se estivesse o tempo todo com ele dependurado na tipóia. Chorava. Chorava muito. Todos os dias. Trabalhava. Voltava. Sentava no sofá e ali ficava. Inerte. Imovel. Sem vida. Não acreditava mais em voltar a correr. Nem cogitava voltar a pedalar. Via meu corpo como algo frágil que quebraria se eu tentasse, se eu intencionasse me mexer. Medo. O medo me paralisou. Quando ouvi deste médico "Corre! Vai correr!" Duvidei que poderia. Ingenuamente perguntei "mas posso mesmo?"
Em Bombinhas, então, no feriado, no lugar que mais amo no planeta, absorvi toda energia que sempre sinto estando lá, respirei fundo, não deixei a cabeça duvidar e fui. Tipo...caminhar na praia.... De verdade, não é mimimi, enfeite, confete, exagero. Todo mundo que me conhece sabe que meu maior sonho de corrida é correr a K42... Então... Quando avistei aquela bandeirinha do K42 de 2012 sacolejando no vento.... Ahhhh... Eu abri um sorrisão... Me veio uma alegria tamanha, uma energia sabe lá de onde, do céu, só pode ser e eu... Corri! Sério! No ano de 2012, se ensaiei uma corridinha umas dez vezes, foi muito. Tentavanãodavatentavanãodava. Ali, de tipóia no braço, correndo de um braço só, fui! Que deleite... Vi que dava, sim, pra correr daquele jeito. Todo mundo sabe dos esportes paraolimpicos. Mas não para nunca pra tentar fazer sem uma parte do seu corpo. Lógico que minha limitação física não se compara a situações muito mais graves. Limitação acontece, na verdade, na cabeça! E a minha, naquela época era imensurável!
Naquele dia, eu destravei a porta. Imediatamente, meu corpo respondeu, meu coração inundou-se de alegria e revivi todo o delicioso sentimento que a corrida proporciona. Vento... Vento...vento... Senti na pele que crer é primeiro passo. Depois, é só manter acesa a esperança que só quem sonha consegue manter...
De lá pra cá, seria bonito dizer que tudo transcorreu lindo maravilhoso prefeito. Não foi! Passei às férias novamente em Bombinhas pus em prática toda a minha sede de viver, de correr, os olhos voltaram a saltar de tão brilhantes. Já não usava tipóia. Já corria balançando os dois braços! Arrisquei percursos maiores.... Deu! Dei conta!
Foi a mola que eu precisava pra voltar a arriscar a sonhar de novo! Imaginei um ano de volta nas atividades. Beeeeeem diversificadas pra não correr o risco, de novo, do over, overtrainning que todo mundo que está, não admite, dá risada, pensa que não é com ele, que nunca vai acontecer com ele. Pode contar uma coisa? Acontece! E o over derruba!
Quando digo que não transcorreu tudo prefeito foi porque de volta a minha cidade, eu simplesmente não conseguia me regrar a acordar cedo pra correr antes do trabalho. Lembrava da época dos treinos pras maratonas, quando não havia relógio, frrrriiiioooo, chuva, que me impediam de levantar, sair, correr. Eu simplesmente, não conseguia entender COMO eu fazia tudo aquilo... Como eu acordava tão cedo... A cama, definitivamente, tinha cola!
No inicio de março, fiz exames de sangue de rotina e deu acima pra colesterol. Isto nunca tinha acontecido! Isto mexeu com meu brio e dei um basta naquela pasmaceira.
Montei um horario intercalando nadar, correr e pedalar nas manhãs e reservei a noite pra lazer.
Fiz "test drive" em academias de dança, alongamento, street dance, musculação, ballet clássico. Autodidata passei nadar regradamente, com um braço só, intercalando os dias dos meus primeiros trotes que passaram a ser corridinhas, que foram esticando, esticando até voltar a rodar mais de duas horas... Três...
Adotei a Bike e ela, gentilmente, me aceitou. Sem me questionar o porquê de eu nunca te-la tratado com devida importância. Deslumbrei! Não me machucava em nada, nada os joelhos! Vi na Bike uma luz... Intensifiquei as saidas de bike! Meus sábados passarama ser para longões correndo e os domingos para pedais de uma media de 4, 5 horas...
Tudo caminhando de vento em popa!
Arrisquei e tive a deliciosa sensação de fazer um pedal trash looooooongo de 100km e termina-lo. Com tudo isso, fui resgatando a confiança perdida sem deixar que ela virasse excesso de confiança. Fui gostando da coisa. Equilibrar. Curtir cada coisa, cada uma no seu espaço próprio. Sem uma invadir a outra. Desfrutando...
Hoje? Inscrição feita nas minha prova dos sonhos, de Bombinhas. Não! Ainda não é hora de me submeter aos 42 solo. Tanto é bela quanto dura. Quando dei minhas primeiras corridas em Bombinhas nas férias, comecei a sonhar de poder fazer o K12. Corri lá quase todos os dias pra isso. Quando comecei a esticar as minhas saídas aqui passei a acreditar que poderia tentar os 21. Cheguei a coçar pros 42. Mas sabia que seria loucura. Pior... Irresponsabilidade se fizesse isso comigo mesma. Decidi. Metade. A segunda. Meu trecho favorito. Que dá no lugar que há quatorze anos passo acampada com meus filhos no verão. Retiro dos Padres! Estou extasiada... Aprendi que antecipar um sonho sem respeitar o tempo certo pra ele acontecer poder botar tudo a perder. Pode significar perde-lo. Estou tranquila como quem toma a decisão mais certa e caminha pelo caminho certo. Melhor... Corre!
Pra completar a fase atual, longe das provas desde a maratona de curitiba de 2010, me resguardei, apareci em algumas provas pra fotografar, pilhar, rever amigos. Depois sumi. Saí de cena. Precisei. Não dá pra encenar pra sempre o papel de pessoa feliz, pra cima, quando tá todo mundo seguindo vida normal, correndo e você continua sem.
Não digo que morra de vontade de voltar a loucura de antes, de iniciar o ano pensando e planejando todas as provas a fazer. Disso me desliguei. Minha praia é a praia. Montanha. O mato. Correr em lugares assim, pra mim, é indescritível. Asfalto, meio da cidade não me apetece mais! Mas aí, o burburinho era a meia das cataratas... Minha preferida das meias! Articula daqui, articula dali .... Sem planejar correr de volta em provas, nem sequer pensei em me inscrever em nada. Mas quando você tem lembranças muito felizes de um lugar tão privilegiadamente belo como aquele ahhhhhhh... O coração bate...
Vou no face jogo: "Alguém tem uma inscrição perdida pra meia das cataratas?" Foi o tiro no escuro pra acender a tocha! Inscrição doada, carona arrumada, eu vou! Fiz as contas. Trinta meses sem saber o que é estar debaixo de um pórtico! Sem por número de peito. Sem ajeitar um chip nos tênis. Eu vou!!!!!!
A ficha cai. Eu, realmente, tô voltando! Nem de relógio vou! Meu Garmin, privilégio de poucos na época que me dei de presente nem tem mais bateria que presta. Carregaapagacarregaapaga! Desisti dele. Mas quem é que precisa de relógio, GPS, medidor disto e daquilo? Sou amadora. E meus status atual é exatamente este: por amor. Sem dor. Sem tempo. Sem indicador de direção, de altimetria. Medidas úteis que talvez eu use de novo, um dia. Hoje não. Agora não. Vou pra meia das cataratas pra ser feliz. Correr no exato ritmo do meu coração. Permitir-me correr, andar, tagarelar, sorrir muuuuuuito e, se lá de dentro subir um nó, quando eu avistar o pórtico da chegada...deixar vir, deixar minar meu choro que, imagino, virá. Posso, não posso? Vai ser de alegria pura! E, se tudo vale a pena, se a alma não é pequena, vale chorar quando for de felicidade. Emoção. Se os olhos são a porta de entrada do coração, é a fonte que estará voltando a minar água. Fonte. Que me sacia

domingo, 12 de maio de 2013

TIPOS DE MÃE...

Qual tipo de mãe que não existe?

Mãe é uma daquelas palavrinhas indizíveis. Que, ao contrário do quanto falta em palavras para se exprimir tudo o que ser pensa e se sente ao se falar em mãe, sobra em sentimentos...
Não há um padrão em comportamento. Há todo tipo de mãe. Agitada, quietinha, antiquada, moderninha, baladeira, conservadora, faladeira, silenciosa, intrometida, na dela, sorridente, fechadona, calma, braba... Só não há um tipo de mãe: mãe morta! Porque mesmo já tendo partido, FICA! Fica pra sempre com a gente! Em cada detalhe de nós mesmos. Nas nossas chatices iguais às dela..na nossa fibra herdada dela. Na panela que se queima como ela. Na vaidade pura de se preparar para sair, passando uma maquiagem, pondo um brinco, um anel. Na brabeza de educar um filho. Naquela doação só dela de tirar algo da sua casa, do seu guarda roupa só pelo prazer e cuidado de me dar.
Nas lembranças únicas que ela me remete em lembrar cada instante dos seus últimos dias vividos com a gente... Quando ainda podia vir até o portão pra nos falar tchau, com aquela carinha de "fica mais!".
Agradeço a Deus por que, mesmo tendo vivido momentos dolorosos de doença, estes momentos foram transformados em possibilidades de amor.... Amor expressado. Porque ela não era daquelas mães carinhosas que davam e recebiam carinho. Mas a convivência nos cuidados com ela possibilitou o resgate disso tudo... Carinho, palavras de amor nunca ditas, até o "eu te amo" que sim, muitos filhos não conseguem dizer e muitas mães também não. Não por não sentirem. Mas por pura timidez, falta de jeito, até orgulho.
Fui dizer "eu te amo" pra minha mãe quando ela já estava bem doente. Mas deu tempo de falar! Fazer-lhe massagem/carinho nas pernas inchadas, fazer-lhe carinho nos cabelos, pô-la pra dormir... Ficar do lado dela por dias, dias e dias até ela adormecer. Dar-lhe banho, fazer-lhe comida, dar-lhe comida na boca. E... Milagre seja dito. Ao fazer cada uma destas coisas por ela, pude cair em mim que eram as coisas que, primeiro, ela fez por mim.... Amor imenso, tímido, sem jeito sem graça, mas imenso! Que mesmo doente, tão doente como Dona Estela ficou, ensinou-me o mais sublime dos ensinamentos que poderia me deixar: cuidar de quem se ama....

Mãe, tô eu aqui, do jeitinho que a senhora tão bem conhece: chorona, falando/escrevendo sem parar. Que saudade da senhora! Como pode despertar ainda em mim, este choro de saudade, estas lembranças tão fortes que permanecem. Estaremos todas reunidas. Vou sair pra correr daqui a pouco, porque a senhora me ensinou a ser uma mulher de fibra! Valente, destemida. Porque a senhora desafiava saulo que não podia ser feito. Nos esportes, jogando tênis, nadando no mater da ACEL, nadando por nadar, correndo por correr na praia, do para vencer todas a tuas limitações e frustrações do passado. A senhora que cuidou de mim quando sofri o acidente e viu sua filha sem andar por meses, vibrou a cada vez que eu obtinha uma pequena vitória, até chegar a sair pra pequenas viagens de Bike e este teu olhar de orgulho, de satisfação no seu portão, quando partíamos dali, eu nunca, nunca nas minha vida vou esquecer!
Creio que é este teu olhar que eu procuro cada vez que eu vacilo se dou conta de ir, de encarar algo que tenho receio, ou medo. É este olhar que eu procuro quando preciso do porto seguro de partida, que me receberá na chegada. Teu olhar é tão presente em mim...
Que bom que Deus transforma em saudade este amor que fica. Porque FICA!
E é por isto que hoje eu digo: só não existe UM tipo de mãe. Mãe morta. Porque mães não morrem jamais. Ficam pra sempre com a gente!