Vamos conversar?

Vamos conversar?

sábado, 17 de fevereiro de 2018

O verso e o reverso - De que pedras minha fortaleza é construída!


(Esta é a história de uma pessoa. Mas pode ser de várias… A sua. De algum familiar. Um amigo. Como bem disse uma nova amiga minha, inteligente é quem aprende com seus próprios erros. Sábio é aquele que aprende com os erros dos outros! Tim-tim! Vamos construir muralhas e fortalezas!)


Escrevi minha história.
Foram lá, escreveram outra. Uma história mentirosa.
Me revoltei! Peguei todas as pedras que atiraram em mim e outras tantas mais, joguei de volta. Mas não as atirei. Eu as empilhei em torno de mim…


Não sei porquê, mas certas coisas não acontecem do jeito certo. Daquele meu, que acredito. Acontecem de um jeito incoerente, injusto, cheio de falas vazias. Quando não, mentirosas.

Não. Nem todos prezam a verdade como ponto de partida da sua conduta. Preferem crer em seus achismos que mascaram sua própria incompetência em viver suas vidas tão vazias e mentirosas quanto as suas falas… E suas falhas…

Sempre existiu, sempre vai existir aquele tipo de gente que tem vocação para vasculhar vida alheia, inventar a sua versão da vida dos outros.

Que lástima! Infinita lástima!

Será que, realmente, acreditam em suas histórias???

Já tentei, por anos, consertar erros alheios.
Desisti!

Não existe super herói em nossa dimensão de vida, capaz deste feito! Não seria eu a querer ser… Longe de mim! Erros meus já são muitos. Deles me responsabilizo. Reconheço. E reverto, quando possível.


Erros dos outros… Deixa o tempo agir!
Porque toda ação provoca uma reação. Todo verso possui o reverso. E a teomania anda louca por aí, neste mundão de hoje. E tem muita gente que se esquece que não há nada como o tempo. Ahhhhhhhhh… Este sábio Senhor do Tempo. Do qual, ninguém se safa. Ninguém se esconde. Ninguém escapa…


As histórias inventadas sobre mim, cabeludas e mal intencionadas podem até ter provocado um efeito derrubador. Temporariamente. Mas não há nada que supere a verdade. Nada que prevaleça imune ao tempo.
O tempo mostra meu (ini)migo! O tempo mostra…

Não pertenço a este mundo da pequenez! Venho de um outro. Vou para um outro. Acredite, quem quiser!
Estou aqui só de passagem! Estas coisas tão pequenas que parecem derrubar, não derrubam quem tem um arrimo vindo do alto! A minha âncora está ancorada lá em cima, onde atos e desatitudes tentam, mas não conseguem atingir.


Posso até me chatear por um dia. É só por um dia. Esta dor é tão somente a decepção por haver quem se preocupe em, ao invés de espalhar alegria, bondade, solidariedade e verdade, esparramar porcamente aquilo que transborda de dentro dele! Uma podridão de espírito, um descontentamento indisfarçável de sua própria pessoa, que é preciso gastar seu tempo (seu precioso tempo de vida!) cuidando e malfalando da vida alheia…

Dó. Pode ter dó? Me ensinaram que o mais lastimável sentimento que se pode sentir por alguém é este. Pena. Dó. Pois revela a total insignificância do alvo deste sentimento.
Que pena. É dó que sinto de quem me desejou mal e pensa tê-lo causado. Não nego que tenha me provocado o chateamento. Que eu possa ter fraquejado e até chorado por mais tempo que o merecido. Mas esta penumbra não me pertence. E nem eu a ela. Sou da Luz e na Luz, vivo. O tempo é precioso demais para gastá-lo com isso!


Daqui pra frente, já que certas decisões são totalmente incoerentes, injustas, pertencentes a um mundo à parte do meu, me retiro deste mundo. Só mantenho meus pezinhos o suficientemente necessário para acabar uns poucos passos necessários.

Desisti de dar murro em ponta de faca. Vou gastar minhas mãos escrevendo! Desenhando minha vida pelo caminho que escolhi, ao qual pertenço.

Tal qual o mestre reconhece que nem todos se tornarão seus discípulos, nem todos compreenderão seus ensinamentos, a incompreensão faz parte do ser humano.
Pérolas, não se dá aos porcos! E algumas vezes na vida, sem falsa modéstia, temos de nos colocar fora da lama e lavagem nojenta, reconhecer-se pérola, dar uma banana a quem nos olha, inveja e malfala, pra poder viver bem.


Afinal, tudo está posto igualmente a todos. Viver bem, viver mal é livre arbítrio! Preencher o relógio do tempo da vida com os seus viveres, ou viveres dos outros, opção nossa de cada dia. E a reação ao bem que nos fazem e ao mal que tanto insistem em nos fazer, é uma decisão que temos de ter firmemente para NÃO DAR IMPORTÂNCIA AO QUE NÃO TEM IMPORTÂNCIA.

P.S. Desabafo de uma reles mortal. Que, embora sendo mortal, vive cada dia como único e a vida como a chance única de escrever sua própria história, honestamente, espontaneamente, apaixonadamente, agradecida por toda pedra atirada, que vira fortaleza em torno de mim!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Quando a porta estiver fechada, derrube as paredes!



Andando pela praia, dias destes, dou de cara com esta porta! A frase me vem como tiro. Como o próprio bumerangue que vai e retorna certeiro. E os olhos brilham já viajando nas palavras, coração sedento por escrever…

Porta fechada não é passagem trancada. Pode-se derrubar as paredes…

Ademais, em paredes erguidas, há janelas. Que permitem espiar e assanhar. Paredes de tábuas, deixam frestas. E de tijolos… Marreta derruba, se precisar!

Esta porta teve um efeito tão encantador, quanto inspirador. Me deixou matutando, matutando… E eu lá, com meus botões, passeei por histórias e mais histórias. Fui descobrindo paredes transpostas em outras épocas. Paredes derrubadas e outras que me detinham, sem nem eu mesma perceber. Paredes invisíveis, sagazes, sutis. Que me prendiam sorrindo, enganando-me de me fazerem feliz. Nem sempre erguidas por outros. Culpados pelo meu confinamento. 

Muito fácil, ovo de Colombo, descobrir a culpa por tanto marasmo no outro! Difícil mesmo, descobrir a culpa em si mesmo. Enxergar o sorriso cínico vindo de seu próprio sorriso. E entender que os tijolos da parede podem até ter sido arremessados por outros, na fila da construção dos impedimentos. Mas assumir que quem empilha os tijolos e passa a massa é cada um de nós!

Porta fechada. Quem poderá passar?

Não adianta ter a chave da porta se você não se libertar das paredes imaginárias que te prendem. As portas são meras passagens quando o que te oprime o coração tem o nome complicado de muros do porquenão.

Ouse. Passe a borracha uma vez na vida, vez ou outra, apague as paredes. Vislumbre o mundo lá fora sem elas. Contemple.

Muitas vezes, antes de passar pela porta, é preciso derrubar os muros que os anos trouxeram e você deixou ficar.

Depois? Depois você bota tijolo, vidro ou pedra. Madeira, bambu, ou cerca viva. Ou uma lona de barraca. Ou uma carcaça de carro. Ou escolhe uma parede nova a cada dia na sua casa de todo dia.

Porque a parede da casa é mero retrato do que te acontece casa adentro… Esta mesmo! Que inventa paredes onde não tem. E derruba muros de Berlim que dividem mundos só porque acreditam poder. Mesmo que tudo a volta diga que não. Que não pode. Que nunca irá acontecer.


Atrás da porta, através das paredes, só você poderá descobrir o que há para acontecer… 

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Abrace o seu presente!


Todo dia, tenho amarrado uma fita vermelha em meu dedo indicador para lembrar disto. Abraçar o meu presente!

Que presente?

Vamos viajar na frase. De propósito, ela tem duplo sentido…

Presente. Tempo presente. Olhar a volta e somente a volta, desprender-se do passado e despreocupar-se com o futuro.

Tem gente, me incluo nisso, que demora a entender esta lógica simples e verdadeira. Não se trata de desmerecer o passado. Ter amnésia dele. Desvincular-se dele não significa apagar o que aconteceu. Mas dar a ele o que é dele. A sua localização no tempo. Passou! Somente assim, consegue-se olhar ao que está a nossa volta com olhares de primeira vez! Não manter os pés atrás por um caminho por onde nunca se passou. Dar a chance ao que nos chega de ser presente. Nada amarrado ao que já vivemos. Nem medos. Nem tropeços. Nem traumas. Nem a resistência de se passar de novo aquilo que  nos machucou. Porque o que nos chega pela primeira vez tem o direito de escrever a sua própria história. De ser o presente.

Por outro lado, há quem se preocupe demasiadamente com o futuro. Pura perda de tempo. Não há no mundo alguém que, por se preocupar empenhadamente com ele, consiga prever o que acontecerá, livrando-se de erros que acontecerão no caminho, evitando sofrimentos e tomando vantagem de sua astúcia em ser tão precavido. O lugar do futuro acontecer é só um: no futuro!

Por isso, digo. Abrace o seu presente! Somente nele, o abraço será verdadeiro e real! As palavras ditas dizem sobre o que você realmente está vivendo. Nem olhando atrás, nem a frente.

Vou brincar um pouco mais com a frase.

Abrace o seu presente. Sabe reconhecer o que lhe é presente? Aquilo que você recebe em seu caminho e, algumas vezes, passa despercebido? Então…

É um misto de visão com gratidão! De enxergar a ponta do nariz. Coisas adiante da gente que merecem ser vividas com igual entusiasmo de uma primeira vez. Lembra? A primeira vez que andou de bicicleta sem rodinha, empinou pipa e a batizou, soltando toda a linha! Que dirigiu o carro sozinho. Que mergulhou e viu peixinhos. Que se pôs na estrada, com a janela escancarada, som na caixa, dançando com o corpo e alma na frente do volante!

Não?

Que se presenteou com um sapato caríssimo, só porque trabalha e merece e pontoacabou! Ou com qualquer outro supérfluo total que nunca teve e ninguém entende porque é mesmo que você quer, ou tem de ter! Que se permitiu ir ao cinema sozinho. E de se dar um presente. Aquele que só você sabe qual é e merece ter, porque presentes são presentes. Algo para se ter naquele exato instante.

Ainda não?

De ser grato, apenas. De enxergar que exatamente aquilo que você tem e vive, já é um presente. Que não importa as mil e uma estripolias que já fez, aquilo que você tem hoje é o tesouro alcançado pelos caminhos que optou. Que se houveram conquistas maiores no passado, não quer dizer que sejam as melhores para hoje. E que saber dar valor ao que se tem, se é, se faz reflete o quão feliz se foi, pelo que se teve e se fez. Não falo de posses materials. Falo daquilo que nos apropriamos através das escolhas que fazemos! E que isto abranda e enriquece o coração. Torna-o grato, completo e repleto. Transbordante de gratidão. E que ao invés de se iniciar uma contagem regressiva de feitos, somando-se perdas, inicia-se uma curiosa multiplicação.

Ao se abrir o coração, despretensiosamente, podemos perpetuar  nos olhos dos outros, aquilo que nós mesmos continuaríamos a fazer.

Abraçar o seu presente é despir os olhos dos olhos dos outros. Outros tempos. Outros erros. Outros acertos. Enxergar cada dia como seu e tão somente seu presente. Aquela velha e tão sonhada segunda chance pra recomeçar e fazer certo, fazer direito, fazer melhor. Porque todo dia a ampulheta do tempo é virada de ponta-cabeça pra reiniciar. E a areia começa a cair como se fosse a primeira vez…